No acúmulo de calor e umidade do universo particular da mulher, tal qual uma estufa, nasce um jardim feminino. No universo exterior as intempéries assolam este receptáculo, a opressão de existir em um mundo feito de homens para homens, a eterna desigualdade, a desproporcionalidade de força. Ainda assim, o ser mulher se agarra å sua vontade de expansão, ao seu corpo fértil, e faz brotar seu jardim, mesmo que de flores feitas de espinhos.
Inspirada pela letra-poema de Alice Ruiz, as fotografias que aqui apresento para o 29o Salão de Artes Plásticas de Praia Grande, são retratos da dor feminina, mas representam também a atitude interna de sentir essa dor e deixá-la passar…
A obra é composta por duas fotografias digitais em tamanho A3, em molduras do mesmo tamanho. A obra deriva de uma composição de autorretratos com fusão de imagens de um jardim.