
“O giz escolar é composto de gesso, água e calcário, uma mistura simples, de pouco investimento. O gesto do artista desloca sua subjetividade e a deposita sobre outro objeto: a carteira escolar. Ambos elementos aqui pertencem à mesma esfera, e delimitam as possíveis discussões que a obra possibilita.
A carteira, é o signo direto, objetivo do assunto em questão: é um objeto de produção industrial, um modelo, um arquétipo. O giz não é somente um objeto de memória afetiva deslocada da realidade atual, nele comportam infinitas experiências em tempo e lugar, que se apresentam também em um recorte de classe – o objeto afinal não se extinguiu totalmente de escolas de periferia, onde tecnologias e gadgets ainda são inacessíveis.
A obra tensiona, em diversos caminhos, perspectivas sobre modelos de sistemas educacionais, polarizando aspectos como fragilidade e dureza, permanência e suspensão.
Um modelo fragilizado e engessado, suspenso no tempo”
Gabriel Babolim
