
A pintura “Degradês outonais” pertence a série “Realmente uma ilusão” série essa em que discuto a visão e a relação desse sentido com a apreensão do real (aquele que escapa do imaginário e do simbólico). Parto do pressuposto de que somos enganados pela visão. Quero entender de que maneira ela sintetiza e constrói a nossa noção de paisagem. Assim, entro em contato com a memória, ou seja: o que me resta do que foi visto. As imagens que se formam, mostram paisagens oníricas, coloridas, fluidas e idealizadas, com inserções de imagens umas nas outras.
Minha produção do último ano foi me mostrando um gradativo interesse por água, igapós, vegetação do cerrado (predominante em minha cidade de origem, Belo Horizonte), jardins, que considero a natureza domesticada, céus e fogo. Um dos meus objetivos principais com a série é protagonizar a natureza brasileira e a memória dela, que normalmente é tão negligenciada, explorada e invisibilizada pelo ser humano.
